Sapin: Um organizador sensitivo para PCDs

O seguinte projeto foi desenvolvido para a disciplina do percurso de design de produto em 2023/1 no curso de Design da Universidade Federal de Minas Gerais.

Briefing

  • Cliente: Escola estadual de educação primária
  • Expertise: Desenvolvimento da educação de crianças portadoras de necessidades especiais na faixa etária de 04 a 10 anos.
  • Público: Infantil, baixa renda.
  • Descrição do projeto: desenvolvimento de módulos de diversão para o parque da escola, que sejam acessiveis, práticos e de pouca manutenção.

Pesquisa

Para entender melhor o público, foi necessário primeiro compreender o contexto. Para isso, foram realizadas pesquisas para identificar as dificuldades que crianças com deficiências enfrentam ao interagir com brinquedos e parquinhos. Diversas matérias, notícias, vídeos e ONGs que abordam o tema foram encontrados.

Público e deficiências:

  • DEFICIÊNCIA VISUAL (Cegueira ou baixa visão)
  • DEFICIÊNCIA AUDITIVA (Surdez)
  • DEFICIÊNCIA FÍSICA (Paralisia parcial ou plegia)
  • DEFICIÊNCIA INTELECTUAL (Limitação cognitiva)
  • DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
  • TEA (Transtorno do espectro autista)

Instituições e projetos:

  • Instituto Mara Gabrilli: Organização sem fins lucrativos criada visando promover a inclusão e autonomia de pessoas com deficiência.
  • Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae): É a maior rede de apoio às Pessoas com Deficiência Intelectual ou Deficiência Múltipla.
  • Projeto LIA: Tem como proposta implantar brinquedos adaptados em parques já existentes
  • Escola Municipal de ensino especial Frei Leopoldo: Escola para pessoas com Transtorno do Espectro Autista, localizada em BH.

Leis:

Lei Nº 13.146: Art. 42. Incumbe ao poder público: III – assegurar a participação da pessoa com deficiência em jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as demais pessoas.

Lei Nº 13.443: Art. 4. Parágrafo único. No mínimo 5% (cinco por cento) de cada brinquedo e equipamento de lazer existentes nos locais referidos devem ser adaptados e identificados, tanto quanto tecnicamente possível, para possibilitar sua utilização por pessoas com deficiência, inclusive visual, ou com mobilidade reduzida.

Referências de parques para PCDs

Escola Municipal de ensino especial Frei Leopoldo

Tomei como ponto de partida para esse projeto a escola Frei Leopoldo. Houve tentativas de contato para a realização de uma pesquisa mais aprofundada sobre a instituição, porém todas sem sucesso. A essa altura eu havia definido que trabalharia com pessoas com transtorno do espectro autista(TEA) e conhecer a escola ajudaria muito a ter uma imersão maior no tema. Foi então que encontrei o Instagram da instituição(@emee.freileopoldo) do qual tirei vários insights sobre como o projeto poderia ser desenvolvido. Pela rede social, consegui entender mais sobre a estrutura da rede de ensino público, e com isso imaginar uma escola municipal de ensino primário para crianças com TEA.

Público do Espectro Autista

Para essa segunda rodada de pesquisa, agora com o público mais definido, fiz um desk research para me aprofundar. Além disso, tive a oportunidade de conhecer uma pessoa que já havia trabalhado por anos com crianças do espectro autista e consegui uma entrevista para esclarecer algumas dúvidas. Com isso separei pontos interessantes que poderiam ser trabalhados no projeto.

  • Pessoas do espectro autista geralmente tem dificuldades de fazer o movimento de pinça com os dedos das mãos;
  • Geralmente tem dificuldade para gostar de algumas texturas. É comum trabalhar esse problema com textura nos pés (buchas de louça);
  • Pessoas do espectro autista gostam geralmente de coisas com muitas cores;
  • Desenvolver um projeto que trabalhe com Sociabilidade/inclusão social e o desenvolvimento da coordenação motora.

Conceito

Com todo o material colhido durante a pesquisa foi definido o seguinte conceito:

  • Um produto que estimulasse a criança com TEA a explorar diferentes texturas, que seja colorido e que desenvolva a coordenação motora e a sociabilidade.

Moodboard

A partir desse conceito, juntei inspirações de texturas em formato de um moodboard. Nele contem inspirações como os Irmão Campana, Estúdio Cultivado em Casa, Grupo Memphis e outros.

Geração de Alternativas

Hora de entender como esse produto pode se materializar.

Durante a fase de geração de alternativas, ideias foram surgindo a partir do conceito proposto. Por fim, a materialização do conceito se tornou um tapete-baú sensitivo, o qual seria dividido em 5 áreas com texturas diferentes. O tapete, além de ser a forma ideal de introduzir uma criança do espectro autista a novas texturas, também permite ser um objeto compartilhado. Além disso, a cabeça do sapo dá um toque lúdico ao projeto, podendo também ser um baú de brinquedos para o pátio da escola.

Essa alternativa se torna ainda mais interessante por permitir que as crianças participem do desenvolvimento do tapete. A ideia é que a cabeça do sapo seja feita em impressão 3D, podendo ser facilmente encomendada e depois, com a orientação e supervisão dos professores, os alunos podem desenvolver suas habilidades motoras e artísticas enquanto desenvolvem as outras partes do sapo. Sendo um projeto artesanal, a escolha de materiais e texturas pode ser variada, permitindo que a imaginação flua e que o professor selecione texturas que atendam às necessidades específicas de cada turma.

Modelagem 3D e Prototipação

Logo desenvolvida para o projeto

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